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Chapter 8 - Capítulo 7: O Despertar da Fúria

Capítulo 7: O Despertar da Fúria

Soshi e Mey estavam cansados da tensão que se acumulava dentro da base. Precisavam de um descanso, mas mais do que isso, ansiavam por um pouco de normalidade, longe dos conflitos e das responsabilidades que carregavam. Então, decidiram sair.

Em silêncio, os dois deixaram a base e voaram até uma floresta próxima, onde poderiam se esconder por um tempo e planejar a próxima parte de sua jornada. A floresta era densa e tranquila, oferecendo o refúgio perfeito para o que eles tinham em mente. Ali, Soshi tentava relaxar, mas havia algo inquietante dentro dele. A guerra estava sempre à espreita, esperando para retornar.

Mey, por sua vez, parecia estar mais focada. Enquanto ele tentava se acalmar, ela se concentrou em uma tarefa importante: criar um disfarce para Soshi. Sabia que o poder dele era difícil de esconder, mas era necessário, especialmente em uma cidade onde poderiam ser reconhecidos a qualquer momento.

Usando algumas roupas comuns que ela havia trazido, Mey começou a trabalhar rapidamente. Ela cobriu as marcas de Soshi com bandagens e ajustou o design da armadura dele, fazendo-a retrátil para que fosse possível ocultá-la sob as roupas. Isso deveria ser suficiente para esconder sua verdadeira identidade enquanto estavam na cidade. Soshi, ainda desconfortável com a ideia de esconder sua verdadeira natureza, aceitou a ajuda de Mey.

– "Agora, você parece um viajante qualquer", disse ela, com um sorriso. "Vamos tentar nos misturar à multidão."

Com o disfarce pronto, os dois seguiram para a cidade, esperando que ninguém os reconhecesse.

Ao chegarem à cidade, a cena era bem diferente da atmosfera pesada da base. As ruas estavam movimentadas, pessoas passavam apressadas de um lado para o outro, carros futuristas circulavam pelas avenidas e o som da cidade era constante. As luzes piscando e as holografias coloridas nas fachadas dos edifícios criavam uma sensação de vibrante modernidade, misturada com o caos típico de uma grande metrópole. A cidade parecia estar sempre viva, com algo acontecendo a cada esquina.

Soshi sentiu um estranho alívio por poder andar como uma pessoa comum, por um breve momento deixando de ser o Apóstolo da Ira, mas o peso da missão nunca deixava de pesar sobre seus ombros. Os sons ao redor eram um tanto desconcertantes para ele, como se tudo estivesse em movimento, sem pausa, sem fim.

Mey, mais experiente, sabia que não era seguro se entregar por completo ao prazer da normalidade. Mas mesmo ela não pôde deixar de aproveitar um pouco da cidade, caminhando pelas ruas, comprando algumas comidas e se distraindo com os pequenos eventos que surgiam pelo caminho. Pararam em uma banca de comidas típicas da região, onde Mey comprou algo para comer. O cheiro do pão fresco e dos doces exóticos flutuava pelo ar, e ela fez questão de experimentar. Soshi, por sua vez, se permitiu um pequeno sorriso ao ver a expressão satisfeita de Mey, algo que raramente via nela.

“É bom ser humano de vez em quando,” pensou Soshi, tentando se perder no ritmo da cidade. Eles seguiram por algumas ruas, onde podiam ouvir músicos de rua, pessoas discutindo política e até uma apresentação de dança que estava atraindo uma multidão. A cidade tinha uma energia única, uma mistura de tecnologia avançada com o espírito vibrante das pessoas que ainda mantinham o calor das tradições.

Ambos se perderam entre os arranha-céus e as lojas de produtos futuristas, onde anúncios de inteligência artificial e novidades tecnológicas estavam em exibição. Soshi tentou, sem sucesso, se distrair com os flashes de publicidade e as luzes piscando das vitrines. O frenesi da cidade parecia acentuar o vazio que ele sentia. Por um momento, ele quis continuar indo, apenas para escapar da pressão constante, mas a realidade de sua situação ainda o perseguia.

Mey, no entanto, estava mais envolvida com as distrações da cidade. Ela se aproximou de uma área com arte de rua, onde artistas holográficos exibiam suas obras interativas, criando uma exibição visual deslumbrante. Soshi observava de longe, notando os detalhes intrincados e as luzes piscando que criavam uma sensação de mistério. Sentiu uma leve sensação de paz, algo que era raro para ele. Mesmo que fosse efêmero, aquele momento era uma pausa no turbilhão.

Eles caminharam ainda mais, indo até uma praça central onde um evento cultural estava acontecendo. Estava repleto de pessoas dançando e se divertindo ao som de uma música vibrante, com pessoas usando trajes tecnológicos que refletiam luzes. A praça tinha uma energia contagiante, e Soshi, embora distantes de seus antigos medos e responsabilidades, sentia-se fora de lugar. Ele estava distante de sua missão, mas sabia que tudo isso poderia ser interrompido a qualquer momento.

Mas, como sempre, a paz é efêmera.

Enquanto os dois caminhavam pelas ruas movimentadas, sem perceber, uma tensão crescente começou a pairar sobre eles. De repente, dois inimigos apareceram à distância. Ambos estavam de classe B, o que indicava que não eram simples oponentes. O primeiro inimigo era uma mulher de cabelo escuro e olhos penetrantes, com uma aura fria e ameaçadora. O segundo inimigo era um homem alto e robusto, com uma armadura pesada. Eles estavam em uma missão própria, mas, ao verem Soshi e Mey, seus instintos de combate se ativaram. A mulher olhou para Soshi com desconfiança.

– "Ele... é um Apóstolo", disse a mulher em voz baixa para o homem.

O homem, mais ágil e de aparência imponente, observava Mey com um olhar mais curioso.

– "Ela... não parece ser uma simples viajante. Melhor não subestimá-la", falou ele.

Sem aviso, a mulher avançou contra Soshi, que rapidamente percebeu que a batalha estava prestes a começar. Soshi tentou se concentrar, mas a mulher era veloz e implacável. Ela atacava com agilidade, suas lâminas cortando o ar com uma precisão mortal. Soshi se viu forçado a usar sua armadura retrátil, tentando se defender, mas sentia a pressão crescente. A luta era intensa, e cada golpe da mulher parecia testar seus limites. Sua fúria interna começava a se agitar, mas ele ainda não conseguia controlá-la de maneira eficiente.

Enquanto isso, o homem se dirigiu diretamente a Mey, que rapidamente assumiu uma postura defensiva, pronta para o confronto. A batalha entre eles foi feroz, mas o homem de armadura pesada se revelou um adversário mais difícil do que Mey imaginava. Ele atacava com força bruta, tentando desestabilizá-la com cada golpe. Contudo, Mey estava focada, movendo-se com rapidez e precisão para evitar os ataques do oponente.

O homem tentou usar sua força física superior para pressioná-la, mas Mey, com sua experiência, contra-atacou com uma velocidade impressionante, evitando os ataques e desferindo golpes certeiros. Ela conseguia bloquear e desarmar o homem com habilidade, mas a luta continuava sendo difícil devido à resistência do inimigo.

Enquanto isso, Soshi estava tendo dificuldades para conter a mulher, que parecia antecipar seus movimentos. Ela era ágil e parecia entender como lidar com a fúria de Soshi, o que o deixava frustrado. Cada vez que ele tentava reagir, a mulher se movia rapidamente, desferindo golpes que o faziam vacilar.

Mas, ao contrário do que ele imaginava, algo estava se formando dentro dele. Cada golpe doloroso, cada erro, parecia empurrá-lo para um estado mais intenso. Sua ira começava a se concentrar de maneira diferente, mais focada, mais controlada. Ele sentia o poder crescendo dentro dele, uma força que estava tomando forma e começando a responder ao seu desejo de derrotar.

Com isso, a batalha contra a mulher começou a mudar. Soshi, agora mais determinado, foi capaz de antecipar seus movimentos e se proteger melhor. Sua raiva começava a canalizar-se de maneira mais precisa, e seus golpes começaram a ter um impacto mais forte.

A luta continuava, e com cada golpe, Soshi sentia que estava mais perto de algo novo. Algo que poderia mudar o curso de sua batalha... e até sua própria jornada.